terça-feira, 9 de março de 2010

Filho, siga meus passos.


Esse ar artificial que toma conta das paredes, toda essa poluição visual que inunda as ruas, todas as musas que eu sorvo, os dados viciados que tenho na mesa; são apenas um mero resumo do caos. O caos que eu sempre desejei. Nunca me deixei levar pelo fracasso, pois este eu não conheço muito bem. E por mil noites me mantive fiel a ele, meu pai, selando minha promessa com o último fio de devoção que me restava. Mas agora, adeus. Consigo sentir o vento no rosto e o veneno acre na garganta. Agora sim, porei em prática tudo o que me fora ensinado. O berço de ouro e o mestre de lama serviram-me para algo. Eu dito as regras agora.

 "De tudo, ao meu amor serei atento" Não, sem toda essa falsidade de vassalos e suseranos passionais. De nada ao meu amor serei atento, pois o amor já fora morto e o indivíduo merecedor da minha atenção sou - unicamente - eu. Talvez eu seja tão mais insano do que os outros loucos, ao esperar por algo que somente a morte me dará...
Matarei então.

[ Stuart Wolf. ]

Um comentário:

  1. O caos. Palavra tão bela, na qual eu adoraria viver. Queria fazer inúmeras interpretações de todos os seus textos, de todos os seus personagens, quem sabe eu entendesse um pouco mais dos seus sonhos (e pesadelos). Soa tão sincero, tão mágico e, ao mesmo tempo, tão caótico. E o caos, minha cara, é tão belo quanto se queira.
    Obrigada por não desistir das palavras.

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